Temática 1

  A Pedagogia do eLearning    17 de março a 13 de abril  

Ao longo desta temática tomei consciência de que EaD evoluiu através de muitas tecnologias e pelo menos três gerações de pedagogia, sendo que nenhuma geração forneceu todas as respostas e cada uma alicerçou-se em bases fornecidas pela sua predecessora, em vez da substituir.
Verifiquei que as sucessivas gerações seguiram a evolução da tecnologia, o que tornou possível o desenvolvimento dos processos de aprendizagem, mesmo que os atores principais destas gerações sejam os mesmos (o professor, o aluno e o conteúdo), se bem que as relações entre eles desenvolveram-se ao longo dos tempos.

O que começou por uma relação professor-alunos (no modelo cognitivo-behaviorista), evoluiu para uma interação aluno-aluno (segundo o  construtivismo)  e desenvolveu-se para a inter-relação aluno-conteúdo (nas pedagogias conectivistas) com seu foco nas redes e nos conteúdos construídos pelos próprios alunos e partilhado através das mesmas redes.

Assim, apercebi-me que as três gerações de pedagogia da EaD têm um lugar importante num processo educativo bem desenvolvido e equilibrado. O conectivismo está fundamentado no pressuposto de um modelo de aprendizagem construtivista, com o aluno no centro, relacionando e construindo conhecimento num contexto que inclui não só as redes e os grupos externos ao processo educativo, como também suas próprias experiências e preferências.


Interações
As minhas participações mais relevantes
no fórum de apoio à Temática I

 Pedagogia socioconstrutivista @ EaD                            
 Publicação: Quarta, 2 Abril 2014, 16:21                             

Olá Colegas
Vou passar a “falar-vos” do que entendi sobre a Pedagogia socioconstrutivista.
A pedagogia socioconstrutivista defende a natureza social do conhecimento e que o mesmo pode ser criado pelos aprendentes, de forma individual.
O Papel do professor não se deve limitar a transmitir conhecimento para ser passivamente consumido pelos alunos. Pelo contrário, o aluno deve construir o seu próprio caminho de aprendizagem, pelo qual os novos conhecimentos serão criados e integrados com outros conhecimentos já existentes.
O focus deixa de apontar para o professor, que se torna mais um guia (tutor) do que um instrutor. O professor passa também a assumir um papel crítico de estruturar as atividades de aprendizagem.
A implementação deste modelo só começou a ser possível quando Tecnologias de comunicação muitos-para-muitos se tornaram acessíveis a todos,
Época:  ultimas décadas do seculo XX
Principais teóricos: Vygotsky e Dewey (mas também Piaget e seus seguidores)
Tecnologias utilizadas em EaD: Ferramentas da Web 1.0 (Email, sites, fóruns, etc)
Métodos de comunicação:  muito-para-muitos (tecnologias de comunicação bidirecional)
João Pinto

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 Publicação: Quarta, 2 Abril 2014, 16:21                                

Continuando ….
Presença cognitiva:
Assume-se que os alunos devem estar ativamente envolvidos e a interação entre eles é talvez a melhor forma mais para apoiar a presença cognitiva. Existe lugar para interações aluno-aluno e aluno-professor que tornam a aprendizagem mais rica.
Presença de Social:
A interação social é a grande característica do construtivismo. Em EaD essa interação é sempre mediada, pela tecnologia, sendo uma componente crítica para qualidade do ensino.
Esta presença pode ser baseada tanto em modelos síncronos como assíncronos. Algumas tecnologia da Web 2.0 com características imersivas, como o Second  Life, permitem a partilha de gestos, aspetos físicos dos utilizadores, voz e outras formas de linguagem corporal que podem fortalecer a presença social .
Presença de Ensino:
Neste modelo o professor é um guia, ajudante e facilitador. O conteúdo é secundário para o processo de aprendizagem, a fonte de conhecimento encontra-se nas experiências que o aluno vivencia.
A presença de ensino desdobra-se para além da facilitação da aprendizagem, e implica a escolha e a construção de intervenções educativas e a disponibilização de incentivos, quando tal se torna necessário. A intenção é envolver e motivar o aluno para a aprendizagem.
Pontos fortes:
As pedagogias construtivistas em EaD demonstraram que os processos aprendizagem podem ser baseados em comunicação síncronas e assíncronas, permitindo interações aluno-aluno e aluno-professor de qualidade.
Pontos fracos:
Alguns críticos consideram que focalização nas interações coloca limites na acessibilidade e implica a utilização de modelos e tecnologias com maiores cursos.
A aplicação dos modelos construtivistas em EaD podem originar alguns problemas já apontados ao ensino presencial, “with potential for teacher domination, passive lecture delivery, and restrictions on geographic and temporal access” (Anderson & Dron, 2011, 87)
João Pinto

Referência:
Anderson, Terry & Dron, Jon (2011). Three generations of distance education pedagogy, IRRODL, disponível em http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/890


 Pedagogia cognitivo-behaviorista @ EaD                       
 Publicação: Terça, 1 Abril 2014, 23:04                                

Olá Colegas
Vou passar a partilhar convosco algumas das ideias da minhas leituras/pesquisas para o  meus trabalho:
A teoria da aprendizagem behaviorista baseia-se na noção de que a aprendizagem é aquisição, por parte dos indivíduos, de novos comportamentos e mudanças de outros como resposta de os determinados estímulos. O foco é colocado no indivíduo e na medição dos seus comportamentos efetivos, e não suas atitudes ou reais capacidades.
O cognitivismo, emergiu do behaviorismo, desenvolveu-se como resposta à crescente necessidade de compreender a motivação, as atitudes e as dificuldades mentais que são difíceis de ser analisadas através da observação de comportamentos. Baseia-se também na compreensão crescente das funções mentais e operações do cérebro como forma de potencia a aprendizagem e o pensamento.
Época: segunda metade do século XX (Principalmente)
Principais teóricos: Edward Watson, John Thordike e B. F. Skinner
Tecnologias utilizadas em EaD: Telefone e Correio tradicional. A videoconferência começou a estar disponível com algum sucesso mas com custos e complexibilidade elevada.
Métodos de comunicação: um-para-um e um-para-muitos. Interatividade limitada.
João Pinto

Fonte:
Anderson, Terry & Dron, Jon (2011). Three generations of distance education pedagogy, IRRODL, disponível em http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/890

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 Publicação: Quarta, 2 Abril 2014, 00:14                                

Olá Colegas
.... e continuando à volta da pedagogia cognitivo-behaviorista:
Presença cognitiva: o interesse dos alunos é estimulado, para gerar processos estruturados, segundo casos gerais e específicos, para testar e reforçar a aquisição do conhecimento.
Este modelo também apoia o desenvolvimento de materiais de aprendizagem de forma a potenciar a qualidade da aprendizagem.
Learning materials in ways that maximized brain efficiency and effectiveness by attending to the types, ordering, timing, and nature of learning stimulations” (Anderson & Dron, 2011, 83)
Presença social: Existe uma ausência quase total da presença social. A aprendizagem, neste modelo, é vista como um processo individual o que implica a altos níveis de liberdade para os alunos.
Presença de ensino: No início do EaD o professor comunicava com os alunos através de texto impresso em livros e outros materiais em suporte papel. Com o avanço tecnológico a voz e a imagem passaram a ocupar lugar na EaD através, principalmente, da rádio e da televisão. Mas o professor continua muito ausente de todo o processo de aprendizagem do aluno e com uma grande distância deste.
Pontos fortes: Este modelo permitiu maximizar o acesso e a liberdade do aluno e contribuí para fazer chegar o ensino a cada vez mais alunos a custos mais reduzidos do que a educação tradicional.
Pontos fracos: Este modelo é apontado por não saber trabalhar com toda a qualidade e complexidade do ser humano e por apostar no ‘aprender a ser’ e não no ‘aprender a fazer’
People are not blank slates but begin with models and knowledge of the world and learn and exist in a social context of great intricacy and depth.”  (Anderson & Dron, 2011, 84)
João Pinto

Referência:
Anderson, Terry & Dron, Jon (2011). Three generations of distance education pedagogy, IRRODL, disponível em http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/890

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 Publicação: Quarta, 2 Abril 2014, 18:45                               

Olá Rui André,
Confesso que deixaste-me um pouco confuso! pensativo
Atenção de estamos a referir textos diferentes.
O texto que estou a analisar refere uma tradição de pensamento cognitivo-construtivista que se articula pela construção pessoal do conhecimento mas as raízes do modelo construtivista mais comumente aplicado hoje brotam do trabalho de Vygotsky e Dewey.
While there is a tradition of cognitive-constructivist thinking that hinges on personal construction of knowledge, largely developed by Piaget and his followers […] the roots of the constructivist model most commonly applied today spring from the work of Vygotsky and Dewey” (Anderson & Dron, 2011, pag. 84).
Não sei se ajudei ou compliquei???grande sorriso
Bom trabalho
João Pinto

Referência: 
Anderson, Terry & Dron, Jon (2011). Three generations of distance education pedagogy, IRRODL, disponível em http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/890


 Pedagogia conectivista@ EaD                                          
 Publicação: Quarta, 2 Abril 2014, 18:01                             

Olá Colegas
Finalmente, a Pedagogia conectivista em EaD:
Centra-se na construção e manutenção de ligações em rede que sejam atuais e flexíveis o suficiente para serem aplicadas a problemas existentes e emergentes.
Assume-se que a informação é abundante e que o papel do aluno não é memorizar, nem compreender tudo, mas sim ter a capacidade de encontrar e aplicar conhecimento quando e onde for necessário.
O modelo conectivista, como forma de aprendizagem a distância, está diretamente relacionado com a evolução da web, pois baseia-se na ubiquidade de conexões em rede entre pessoas, artefatos digitais e conteúdo.
Época: Início do seculo XXI
Principais teóricos: George Siemens, Stephen Downes
Tecnologias utilizadas em EaD: WeB 2.0, Redes, (exemplos: Wikis, blogs, redes socias, etc)
Métodos de comunicação:  Muitos-para-muitos
João Pinto

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 Publicação: Quarta, 2 Abril 2014, 18:16                                

Terminando.... :)
Presença cognitiva:
Os alunos são expostos a redes e são-lhes disponibilizadas oportunidades para que eles adquiram habilidades cognitivas baseadas em rede assim como o desenvolvimento de sua própria presença em rede.
Os alunos participam na rede definindo necessidades de aprendizagem, filtram-nas, e contribuem para aperfeiçoar suas habilidades de criação e reconstrução de conhecimentos.
Os recursos da aprendizagem conectivista são geralmente abertos e acessíveis a todos, pois esta é baseada tanto partilha, como na produção e no consumo de recursos educacionais disponibilizados na rede.
A presença conectivista é reforçada pelo incentivo à reflexão e distribuição dessas reflexões na rede. “The content that learners and teachers utilize and collaboratively create and recreate” (Anderson & Dron, 2011, pag. 88)
Presença de Social:
Promove-se o desenvolvimento da presença social e do capital social pela criação e sustentação de redes de alunos, ex-alunos e outros com conhecimentos relevantes para os objetivos de aprendizagem.
As atividades do aluno é refletida na sua publicação nas redes e a presença social é mantida e promovida por comentários, contribuições e “insights” de outros alunos que assim se envolvem numa aprendizagem colaborativa.
Presença de Ensino:
O professor já não é visto como único responsável por definir, gerar ou organizar o conteúdo. Agora, os alunos e o professor colaboram para criar o conteúdo do estudo e recriar esse conteúdo para uso futuro por outros.
Pontos fortes:
Um modelo conectivista aproveita as enormes potencialidades das redes para promover novos tipos de interações, onde a consumo, a produção e a partilha do conhecimento se fundem no processo de aprendizagem colaborativos e cooperativos.
Pontos fracos:
As aprendizagens com os modelos conectivista obriga ao acesso às redes e, principalmente, a existência por do aluno de habilidades de “vida” em rede e de possuir muitas ligações. Isto pode provocar desigualdades no ensino.
João Pinto

Referência:
Anderson, Terry & Dron, Jon (2011). Three generations of distance education pedagogy, IRRODL, disponível em http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/890. 

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 Publicação: Quarta, 2 Abril 2014, 18:16                               

Olá colegas
Durante a análise a Pedagogia conectivista encontrei o termo “produsage” (Anderson & Dron, 2011, pag. 88). Os autores referem que a aprendizagem conectivista é baseada tanto na produção quanto no consumo de conteúdos, ou seja, os produtores são também consumidores.
Não sei se se lembram, mas na UC Psicologia da Comunicação Online, o professor António Quintas, colocou em debate o termo “Produsers” que vem nesta linha de pensamento.
Produsers” designa algo do tipo “Produtor-utilizador” ou “utilizador-produtor”. Enfim, são duas palavras, numa bidirecionalidade… dando a ideia que um indivíduo tanto é consumidor como transformador de informação.
A nossa da vida em rede transformou-nos de simples consumidores de informação em transformadores dessa informação (implicando um consumo e uma produção quase em simultâneo).
Acho que este poder de transformação da informação uma grande característica da pedagogia conectivista.... em que todos nós somos consumidores e produtores... (se calhar, muitas vezes, inconscientemente).
João Pinto

Referência: 
Anderson, Terry & Dron, Jon (2011). Three generations of distance education pedagogy, IRRODL, disponível em http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/view/890


Reflexão
O facto de integrarmos uma sociedade altamente tecnológica, em que o acesso à tecnologia se democratiza a cada dia que passa, obriga a que a EAD se adapte a novas formas e necessidades de ensinar e aprender.
As TIC são, indiscutivelmente, uma forma de potencializar a educação e também a democratizar, ajudando-a a ultrapassar barreiras físicas e temporais como antes não era possível. 
A minha experiência em e-learnnig, tanto como aluno como a nível profissional, têm-me mostrado que a tecnologia por si só não basta para uma aprendizagem significativa. São fundamentais, sobretudo, novos processos pedagógicos e metodologias como o e-learning. 
Por outro lado, em e-learning a aprendizagem colaborativa mediada pelas redes Internet torna-se essencial para a construção do conhecimento.

Esta temática levou-me a reflectir que o conceito de e-learning deve aproximar-se da pedagogia e não focar-se em demasia nas tecnologias, como muitas vezes acontece erradamente.
Concluo que nos processos de e-learning menos centrados nos aspetos tecnológicos e mais integradores das potencialidades pedagógicas provenientes da utilização das redes tecnológicas, facilitam a pesquisa, a reconstrução e partilha do conhecimento. 

Neste cenário, concordo que a conceção de um curso em e-learning deve ser baseada na interação, na cooperação e na construção de aprendizagem de forma colaborativa

Comentário
O meu percurso de aprendizagem nesta temática, nomeadamente as reflexões anteriores, foram determinantes no desenho do meu curso online (temática 3), influenciaram-me na tomada de decisões e contribuíram para fundamentar a minha visão sobre a Pedagogia do eLearning.